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sábado, 29 de maio de 2010

SOCIOLOGIA



PLANOS DE AULA

Conteúdos -Cultura, identidade nacional, nacionalismo e globalização

Objetivo-Identificar os processos de construção da identidade nacional e do nacionalismo

O escritor Nelson Rodrigues disse certa vez que a "seleção é a pátria de chuteiras", frase parafraseada no título da reportagem de VEJA. Todavia, parafraseando outra frase famosa, o futebol tem razões que a própria razão desconhece. A revista mostra como se formou uma "internacional da bola" pelos gramados do planeta, na qual se destacam brasileiros e argentinos. Mais ainda, aponta o grande número de brazucas naturalizados nas diversas seleções nacionais. Tal situação desperta velhos rancores nacionalistas – mas eles tendem a se desfazer quando o "importado" ajuda seu time a conquistar a vitória. Use o texto e este plano de aula como bases para examinar com os estudantes o fenômeno do esporte globalizado e as manifestações do nacionalismo nas diversas esferas da vida social.

Atividades
1ª aula - Instigue o debate sobre a frase de Nelson Rodrigues. Faça um levantamento daqueles que concordam e dos que discordam da afirmação. Anote os argumentos mais utilizados na discussão.
Indague se os alunos sabem o que é nacionalismo. Ensine que esse sentimento não é algo natural, e sim uma construção histórica e social. O nacionalismo surgiu na Europa da Idade Moderna, acompanhando a formação dos Estados Nacionais. Em muitos dos atuais países europeus, esse processo foi impulsionado por uma aliança entre a Coroa e os mercadores. O rei tinha interesse em concentrar em suas mãos o poder político, até então repartido entre os mais poderosos senhores feudais. Por sua vez, para se expandir e se consolidar economicamente, a burguesia comercial precisava unir regiões até então separadas em feudos. A formação dos diferentes Estados Nacionais tornou viável a administração de grandes territórios, ao submeter toda a população às mesmas leis. Por meio da unificação política, a burguesia pôde atenuar e até mesmo extinguir as diferenças regionais, que atrapalhavam o desenvolvimento e a expansão do comércio.
No decorrer desse processo, emergiram “nacionalismos” fundamentados no compartilhamento de uma língua, de costumes, de tradições, de valores, de uma religião, enfim, de uma cultura e território comuns. Esses fatores favoreceram a formação dos Estados Nacionais, mas eles não surgiram num mesmo momento. Portugal, por exemplo, tornou-se um Estado Nacional em 1385, com a ascensão ao trono do rei D. João I, enquanto a Alemanha e a Itália só lograram promover sua unificação na década de 1870. O mais recente Estado europeu é Kosovo, onde predomina a etnia albanesa. O território separou-se da Sérvia e tornou-se independente em 2008.
Explore com a turma os aspectos positivos e negativos do nacionalismo. Por um lado, ele alimentou produções originais nas artes plásticas, na música e na literatura, como o romance indigenistaIracema, de José de Alencar, que exaltava as qualidades dos brasileiros nativos. Por outro, alimentou preconceitos e agressões contra minorias étnicas e guerras. Siga com a moçada o transplante dessas manifestações positivas e negativas para a esfera esportiva. As maiores torcidas de futebol do Brasil pensam em si mesmas como "nações": a nação rubro-negra, a nação corintiana e assim por diante. Elas não veem o menor problema em se identificar com estrangeiros, como o sérvio Petkovic e o argentino Tevez, respectivamente ídolos do Flamengo e do Corinthians. Essas torcidas oferecem manifestações de amor a seus times e, ao mesmo tempo, de uma hostilidade profunda às "nações inimigas", isto é, às torcidas de outros clubes. Isso ocorre porque as identidades individuais se constroem por aproximação, quando há a identificação do indivíduo com o grupo, e por oposição, quando o grupo, ao identificar-se como diferente dos demais, garante sua coesão interna. Proponha uma reflexão sobre algumas questões: o que o sentimento de adesão a um time de futebol oferece às pessoas? E o que o pertencimento a um país oferece? Por que o sentimento de pertencimento à pátria começa a perder importância na atualidade?

2ª aula - Retome a reflexão da aula anterior e observe que o sentimento de pertencimento a uma nação oferecia, até recentemente, uma identidade ao cidadão. Ninguém nasce com um "caráter brasileiro": a pessoa sente-se ligada à identidade brasileira ao compartilhar uma língua e os elementos constituintes de uma cultura. Nós, brasileiros, por exemplo, nos achamos simpáticos, extrovertidos e alegres, e isso de algum modo influi na representação que fazemos de nós mesmos.
Acontece que esse sentimento de pertencimento, que está na base do sentimento nacionalista, mudou, principalmente a partir do fim do século XX. Tal mudança, muito provavelmente, está relacionada com o fenômeno da globalização. Explique que a globalização só foi possível graças à terceira revolução industrial, que disseminou, muito rapidamente, modernos aparelhos tecnológicos que possibilitaram o aparecimento de uma complexa rede mundial de comunicação, de modo que nem o tempo e nem o espaço são hoje o que foram para as pessoas dos séculos anteriores.
Desse modo, o planeta conheceu um inusitado fluxo de informações: assim como as imagens referentes à vida dos países mais industrializados circulam sem fronteiras, disseminando valores e estilos de vida, também as imagens de nações pobres, com pequena inserção internacional, passaram a chegar a públicos antes inatingíveis.
O processo de globalização alterou a vida, os hábitos e a cultura dos cidadãos em escala planetária. Ele modificou o fluxo de trabalho e abalou consideravelmente as velhas identidades nacionais. As empresas transnacionais, típicas da era contemporânea, estão presentes em todos os países, de modo que já não há mais sentido em falar em "produto nacional".
A formação de uma rede global de comunicação fez do esporte um espetáculo também global. Hoje, um brasileiro pode ser torcedor do Barcelona, do Milan ou do Chelsea e acompanhar os jogos desses clubes europeus. E outros esportes, como o automobilismo, o vôlei e o tênis, que eram até pouco tempo desconhecidos do grande público e praticados por um número restrito de atletas, hoje gozam de um status equivalente ao do futebol.
Ressalte que a construção do esporte espetacularizado, possibilitada pela disseminação dos fluxos globais de imagens, acabou por envolver vultosos investimentos. Os grandes clubes dos países ricos, principais marcas desse esporte, passaram a recrutar os jogadores mais habilidosos onde quer que eles estivessem. Daí surgiu a "internacional da bola", com a valorização do jogador brasileiro ou argentino no mercado mundial de futebolistas. O passo seguinte, dado por muitos atletas brasileiros, foi adotar nacionalidade do país onde fizeram fortuna.
Sugira uma reflexão critica sobre essa situação. A naturalização dos expatriados se inscreve na lógica da globalização? Se o sérvio Bora Milutinovic foi treinador de cinco seleções diferentes em Copas do Mundo entre 1986 e 2002, por que um jogador não pode integrar mais de uma seleção? Os cartolas do futebol, que até bem pouco tempo estimulavam a contratação de membros da "legião estrangeira" para seus times, não são os mesmo que agora, diante da crise econômica, vestindo a velha roupagem do nacionalismo, tentam controlar ou diminuir os gastos por meio do estabelecimento de uma legislação que discipline ou freie o processo de globalização?

(Aula sugerida por Débora C. de Carvalho-Mestre em Sociologia pela Unesp Araraquara, em São Paulo)



EXAMINE OS MILENARES CONFLITOS QUE ASSOLAM O CONTINENTE NEGRO

Objetivo-Identificar os laços entre atividade pastoril, nomadismo e conflitos intertribais

Introdução

A bela reportagem assinada por J. R. Duran focaliza conflitos entre grupos tribais que ocorrem atualmente num canto perdido da Etiópia. Mas os confrontos abordados no texto vêm se sucedendo desde a Pré-História: os choques entre tribos de pastores pelo controle de pastagens e fontes de água e os ataques periódicos desses grupos nômades a seus vizinhos sedentários, basicamente dedicados à agricultura. Dessa perspectiva, as lutas entre os selvagens da bacia do rio Omo têm antecedentes milenares, entre eles os ataques, mencionados na Bíblia, das tribos de Israel aos povos agrícolas que fizeram de Canaã uma terra onde correm leite e mel . Examine com os estudantes alguns episódios desse antagonismo presente ao longo dos séculos, tomando como base o texto de VEJA.

Atividades

Entre Tribos Selvagens informa que a Etiópia foi o único Estado africano a escapar dos avanços colonialistas do século XIX, permanecendo como um império cristão milenar. Conta ainda que, na década de 1970, o imperador Hailé Sellasié foi deposto e o país alinhou-se com o bloco político liderado pela União Soviética. Somente em 1995, depois uma sangrenta guerra civil, a Etiópia tornou-se uma república de economia capitalista. Encaminhe pesquisas sobre a história recente desse país africano. Lance um tema para debate: é possível identificar laços entre as lutas pelo poder em Adis-Abeba e os combates na remota região do rio Omo? Na opinião dos jovens, a guerra civil etíope contribuiu para colocar modernos fuzis de assalto nas mãos de guerreiros tribais? Chame a atenção para o aparente paradoxo de grupos considerados selvagens estarem armados com equipamentos de combate produzidos na Alemanha e na Rússia.
Depois de promover uma discussão com a participação de toda a turma, peça que cada estudante escreva uma dissertação sobre o assunto. Em seguida, selecione quatro desses textos e leia para a classe. O principal objetivo da atividade é mostrar como na África existe a combinação do moderno e o arcaico, reforçando não as possibilidades de mudança, mas o que há de mais conservador nas culturas locais, favorecendo a manutenção do atraso econômico-social.

O texto da revista permite identificar o estágio do desenvolvimento das forças produtivas na Etiópia e em outras regiões da África negra. Boa parte da economia baseia-se na atividade pastoril nômade, que tem de se deslocar por amplos espaços durante o ano, em busca das pastagens, levando ao confronto inevitável com outros povos que se dedicam à agricultura e que são, claro, sedentários. Esses conflitos podem chegar a sangrentas guerras civis, como as ocorridas em Ruanda e Burundi a partir da década de 1970, que envolveram antigas rivalidades étnicas e políticas, estimuladas pelos colonizadores belgas. Conte que, nos dois territórios, os confrontos opuseram os pastores tutsis à etnia hutu, majoritária e predominantemente agrícola.
Segundo a moçada, é possível relacionar o antagonismo à diferença de modo de vida entre hutus e tutsis? Leve os alunos, organizados em grupos, a pesquisar as guerras civis africanas mais recentes e seus efeitos destruidores. Ensine que os zulus da África do Sul e os masai do Quênia e da Tanzânia são outros exemplos de tribos de pastores, em geral mais belicosas que os povos mais sedentários, dedicados aos trabalhos agrícolas. Proponha estudos sobre o modo de vida desses guerreiros nômades.
Leia para todos o seguinte trecho: Os quegos eram os menos numerosos. Eram escravos dos karos, mas recentemente foram liberados pelos nyagatons, a tribo mais numerosa e feroz . Sugira uma investigação sobre a escravidão existente na África, que antecede historicamente aquela desenvolvida pelos europeus a partir do século XV que, por sua vez, se estendeu até meados do século XIX , ligada ao fornecimento de braços para o café, a cana e outros cultivos tropicais de exportação. As equipes devem apresentar os resultados para a classe, se possível com cartazes sobre os dois tipos de escravidão.
Exiba a reprodução da litografia de um guerreiro etíope, feita por um europeu (abaixo). Ela pode ser o ponto de partida para uma pesquisa sobre os viajantes que percorreram o Continente Negro nos séculos XIX e XX, registrando imagens ou escrevendo memórias, diários, romances e tratados científicos. Acrescente que muitos filmes procuraram retratar o cotidiano das tribos do interior da África, evidentemente segundo a ótica ocidental, que, na maioria dos casos, desqualificava os nativos. Convide os alunos a selecionar trechos sobre o cotidiano dos grupos tribais e sobre os conflitos étnicos na África, com base nos relatos dos viajantes e em reportagens. Encarregue cada grupo de obter dois exemplos, sempre destacando o viajante e o período focalizado. Sugira que esses relatos sejam lidos e discutidos na sala de aula.
Desafie a garotada a identificar e discutir alguns fatores associados à situação em que se encontram as sociedades africanas. Lance perguntas e solicite que, ao responder, os estudantes escrevam um texto opinativo problematizando as seguintes questões: Que razões podem explicar o atraso econômico-social de diversos países da África? Por que encontram-se no continente africano as nações mais subdesenvolvidas do planeta? A ênfase dos textos e da discussão deve evitar os lugares-comuns e os eventuais estereótipos de cunho racista.

(Consultoria Marco Antonio Villa-Professor de História da Universidade Federal de São Carlos (SP)).



A BOLA

Conteúdos-Cultura, identidade nacional, nacionalismo e globalização

Objetivo-Identificar os processos de construção da identidade nacional e do nacionalismo

O escritor Nelson Rodrigues disse certa vez que a "seleção é a pátria de chuteiras", frase parafraseada no título da reportagem de VEJA. Todavia, parafraseando outra frase famosa, o futebol tem razões que a própria razão desconhece. A revista mostra como se formou uma "internacional da bola" pelos gramados do planeta, na qual se destacam brasileiros e argentinos. Mais ainda, aponta o grande número de brazucas naturalizados nas diversas seleções nacionais. Tal situação desperta velhos rancores nacionalistas – mas eles tendem a se desfazer quando o "importado" ajuda seu time a conquistar a vitória. Use o texto e este plano de aula como bases para examinar com os estudantes o fenômeno do esporte globalizado e as manifestações do nacionalismo nas diversas esferas da vida social.

Atividades

1ª aula - Instigue o debate sobre a frase de Nelson Rodrigues. Faça um levantamento daqueles que concordam e dos que discordam da afirmação. Anote os argumentos mais utilizados na discussão.

Indague se os alunos sabem o que é nacionalismo. Ensine que esse sentimento não é algo natural, e sim uma construção histórica e social. O nacionalismo surgiu na Europa da Idade Moderna, acompanhando a formação dos Estados Nacionais. Em muitos dos atuais países europeus, esse processo foi impulsionado por uma aliança entre a Coroa e os mercadores. O rei tinha interesse em concentrar em suas mãos o poder político, até então repartido entre os mais poderosos senhores feudais. Por sua vez, para se expandir e se consolidar economicamente, a burguesia comercial precisava unir regiões até então separadas em feudos. A formação dos diferentes Estados Nacionais tornou viável a administração de grandes territórios, ao submeter toda a população às mesmas leis. Por meio da unificação política, a burguesia pôde atenuar e até mesmo extinguir as diferenças regionais, que atrapalhavam o desenvolvimento e a expansão do comércio.

No decorrer desse processo, emergiram “nacionalismos” fundamentados no compartilhamento de uma língua, de costumes, de tradições, de valores, de uma religião, enfim, de uma cultura e território comuns. Esses fatores favoreceram a formação dos Estados Nacionais, mas eles não surgiram num mesmo momento. Portugal, por exemplo, tornou-se um Estado Nacional em 1385, com a ascensão ao trono do rei D. João I, enquanto a Alemanha e a Itália só lograram promover sua unificação na década de 1870. O mais recente Estado europeu é Kosovo, onde predomina a etnia albanesa. O território separou-se da Sérvia e tornou-se independente em 2008.

Explore com a turma os aspectos positivos e negativos do nacionalismo. Por um lado, ele alimentou produções originais nas artes plásticas, na música e na literatura, como o romance indigenistaIracema, de José de Alencar, que exaltava as qualidades dos brasileiros nativos. Por outro, alimentou preconceitos e agressões contra minorias étnicas e guerras. Siga com a moçada o transplante dessas manifestações positivas e negativas para a esfera esportiva. As maiores torcidas de futebol do Brasil pensam em si mesmas como "nações": a nação rubro-negra, a nação corintiana e assim por diante. Elas não veem o menor problema em se identificar com estrangeiros, como o sérvio Petkovic e o argentino Tevez, respectivamente ídolos do Flamengo e do Corinthians. Essas torcidas oferecem manifestações de amor a seus times e, ao mesmo tempo, de uma hostilidade profunda às "nações inimigas", isto é, às torcidas de outros clubes. Isso ocorre porque as identidades individuais se constroem por aproximação, quando há a identificação do indivíduo com o grupo, e por oposição, quando o grupo, ao identificar-se como diferente dos demais, garante sua coesão interna. Proponha uma reflexão sobre algumas questões: o que o sentimento de adesão a um time de futebol oferece às pessoas? E o que o pertencimento a um país oferece? Por que o sentimento de pertencimento à pátria começa a perder importância na atualidade?

2ª aula - Retome a reflexão da aula anterior e observe que o sentimento de pertencimento a uma nação oferecia, até recentemente, uma identidade ao cidadão. Ninguém nasce com um "caráter brasileiro": a pessoa sente-se ligada à identidade brasileira ao compartilhar uma língua e os elementos constituintes de uma cultura. Nós, brasileiros, por exemplo, nos achamos simpáticos, extrovertidos e alegres, e isso de algum modo influi na representação que fazemos de nós mesmos.

Acontece que esse sentimento de pertencimento, que está na base do sentimento nacionalista, mudou, principalmente a partir do fim do século XX. Tal mudança, muito provavelmente, está relacionada com o fenômeno da globalização. Explique que a globalização só foi possível graças à terceira revolução industrial, que disseminou, muito rapidamente, modernos aparelhos tecnológicos que possibilitaram o aparecimento de uma complexa rede mundial de comunicação, de modo que nem o tempo e nem o espaço são hoje o que foram para as pessoas dos séculos anteriores.

Desse modo, o planeta conheceu um inusitado fluxo de informações: assim como as imagens referentes à vida dos países mais industrializados circulam sem fronteiras, disseminando valores e estilos de vida, também as imagens de nações pobres, com pequena inserção internacional, passaram a chegar a públicos antes inatingíveis.

O processo de globalização alterou a vida, os hábitos e a cultura dos cidadãos em escala planetária. Ele modificou o fluxo de trabalho e abalou consideravelmente as velhas identidades nacionais. As empresas transnacionais, típicas da era contemporânea, estão presentes em todos os países, de modo que já não há mais sentido em falar em "produto nacional".

A formação de uma rede global de comunicação fez do esporte um espetáculo também global. Hoje, um brasileiro pode ser torcedor do Barcelona, do Milan ou do Chelsea e acompanhar os jogos desses clubes europeus. E outros esportes, como o automobilismo, o vôlei e o tênis, que eram até pouco tempo desconhecidos do grande público e praticados por um número restrito de atletas, hoje gozam de um status equivalente ao do futebol.

Ressalte que a construção do esporte espetacularizado, possibilitada pela disseminação dos fluxos globais de imagens, acabou por envolver vultosos investimentos. Os grandes clubes dos países ricos, principais marcas desse esporte, passaram a recrutar os jogadores mais habilidosos onde quer que eles estivessem. Daí surgiu a "internacional da bola", com a valorização do jogador brasileiro ou argentino no mercado mundial de futebolistas. O passo seguinte, dado por muitos atletas brasileiros, foi adotar nacionalidade do país onde fizeram fortuna.

Sugira uma reflexão critica sobre essa situação. A naturalização dos expatriados se inscreve na lógica da globalização? Se o sérvio Bora Milutinovic foi treinador de cinco seleções diferentes em Copas do Mundo entre 1986 e 2002, por que um jogador não pode integrar mais de uma seleção? Os cartolas do futebol, que até bem pouco tempo estimulavam a contratação de membros da "legião estrangeira" para seus times, não são os mesmo que agora, diante da crise econômica, vestindo a velha roupagem do nacionalismo, tentam controlar ou diminuir os gastos por meio do estabelecimento de uma legislação que discipline ou freie o processo de globalização?

(Aula sugerida por Débora C. de Carvalho-Mestre em Sociologia pela Unesp Araraquara, em São Paulo)



FONTES:
http://cursoejaanapolis.files.wordpress.com/2010/01/projeto-copa-do-mundo-2010-eja.pdf
http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/matematica-parte-reportagem-capa-copa-mundo-427101.shtml
http://www.acordacultura.org.br/

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