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sábado, 29 de maio de 2010

HISTÓRIA



No Brasil, o futebol é mais que um esporte. É uma manifestação cultural - com uma história. Investigar suas raízes e transformações é uma forma de ampliar o olhar sobre ele e imprimir-lhe outros significados.

Sugestões de atividades:
• Pesquisa sobre o processo que transformou esse esporte em "paixão nacional"
• Identificação das características tipicamente brasileiras que estão sintetizadas no comportamento dos jogadores da nossa seleção
• Interpretação de charges que falem sobre a relação entre política e futebol
• Discussão sobre o patriotismo que surge na época da Copa, questionando por que ele não se mantém vivo em outros momentos.
• História das Copas

Sugestão de texto: História das Copas do Mundo

De quatro em quatro anos, seleções de futebol de diversos países do mundo se reúnem para disputar a Copa do Mundo de Futebol.
A competição foi criada pelo francês Jules Rimet, em 1928, após ter assumido o comando da instituição mais importante do futebol mundial: a FIFA (Federation International Football Association).
A primeira edição da Copa do Mundo foi realizada no Uruguai em 1930. Contou com a participação de apenas 16 seleções, que foram convidadas pela FIFA, sem disputa de eliminatórias, como acontece atualmente. A seleção uruguaia sagrou-se campeã e pôde ficar, por quatro anos, com a taça Jules Rimet.
Nas duas copas seguintes (1934 e 1938) a Itália ficou com o título. Porém, entre os anos de 1942 e 1946, a competição foi suspensa em função da eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Em 1950, o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo. Os brasileiros ficaram entusiasmados e confiantes no título. Com uma ótima equipe, o Brasil chegou à final contra o Uruguai. A final realizada no recém construído Maracanã (Rio de Janeiro - RJ) teve a presença de aproximadamente 200 mil espectadores. Um simples empate daria o título ao Brasil, porém a celeste olímpica uruguaia conseguiu o que parecia impossível: venceu o Brasil por 2 a 1 e tornou-se campeã. O Maracanã se calou e o choro tomou conta do país do futebol.
O Brasil sentiria o gosto de erguer a taça pela primeira vez em 1958, na copa disputada na Suécia. Neste ano, apareceu para o mundo, jogando pela seleção brasileira, aquele que seria considerado o melhor jogador de futebol de todos os tempos: Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.
Quatro anos após a conquista na Suécia, o Brasil voltou a provar o gostinho do título. Em 1962, no Chile, a seleção brasileira conquistou pela segunda vez a taça.
Em 1970, no México, com uma equipe formada por excelentes jogadores (Pelé, Tostão, Rivelino, Carlos Alberto Torres entre outros), o Brasil tornou-se pela terceira vez campeão do mundo ao vencer a Itália por 4 a 1. Ao tornar-se tricampeão, o Brasil ganhou o direito de ficar em definitivo com a posse da taça Jules Rimet.
Após o título de 1970, o Brasil entrou num jejum de 24 anos sem título. A conquista voltou a ocorrer em 1994, na Copa do Mundo dos Estados Unidos. Liderada pelo artilheiro Romário, nossa seleção venceu a Itália numa emocionante disputa por pênaltis. Quatro anos depois, o Brasil chegaria novamente a final, porém perderia o título para o país anfitrião: a França.
Em 2002, na Copa do Mundo do Japão / Coréia do Sul, liderada pelo goleador Ronaldo, o Brasil sagrou- se pentacampeão ao derrotar a seleção da Alemanha por 2 a 0.
Em 2006, foi realizada a Copa do Mundo da Alemanha. A competição retornou para os gramados da Europa. O evento foi muito disputado e repleto de emoções, como sempre foi. A Itália sagrou-se campeã ao derrotar, na final, a França pelo placar de 5 a 3 nos pênaltis. No tempo normal, o jogo terminou empatado em 1 a 1.
Em 2010, pela primeira vez na história, a Copa do Mundo será realizada no continente africano. A África será a sede do evento.
Em 2014, a Copa do Mundo será realizada no Brasil. O evento retornará ao território brasileiro após 64 anos, pois foi em 1950 que ocorreu a última copa no Brasil.

Curiosidades sobre a História da Copa do Mundo de Futebol

O recorde de gols em Copas é do francês Fontaine com 13 gols;
O Brasil é o único país que participou de todas as Copas do Mundo;
O Brasil é o país com mais títulos conquistados: total de cinco;
Alemanha e Itália foram três vezes campeãs, seguidas das bi-campeãs Argentina e Uruguai. Inglaterra e França possuem um título cada;
A Copa do Mundo é o segundo maior evento esportivo do planeta;
As Copas do Mundo da França (1998) e Japão / Coréia do Sul (2002) foram às únicas que tiveram a participação de 32 seleções. A Copa do Mundo da Alemanha 2006 teve o mesmo número de seleções participantes.

Os campeões de todos os tempos

Uruguai (1930) / Itália (1934) / Itália (1938) / Uruguai (1950) / Alemanha (1954) / Brasil (1958) / Brasil (1962) / Inglaterra (1968) / Brasil (1970) / Alemanha (1974) / Argentina (1978) / Itália (1982) / Argentina (1986) / Alemanha (1990) / Brasil (1994) / França (1998) / Brasil (2002), Itália (2006).

História do Futebol

O futebol é um dos esportes mais populares no mundo. Praticado em centenas de países, este esporte desperta tanto interesse em função de sua forma de disputa atraente.
Origem do Futebol
Embora não se tenha muita certeza sobre os primórdios do futebol, historiadores descobriram vestígios dos jogos de bola em várias culturas antigas. Estes jogos de bola ainda não eram o futebol, pois não havia a definição de regras como há hoje, porém demonstram o interesse do homem por este tipo de esporte desde os tempos antigos.
O futebol tornou-se tão popular graças a seu jeito simples de jogar. Basta uma bola, equipes de jogadores e as traves, para que, em qualquer espaço, crianças e adultos possam se divertir com o futebol. Na rua, na escola, no clube, no campinho do bairro ou até mesmo no quintal de casa, desde cedo jovens de vários cantos do mundo começaram a praticar o futebol.

Origens do futebol na China antiga

Na China Antiga, por volta de 3000 a.C, os militares chineses praticavam um jogo que na verdade era um treino militar. Após as guerras, formavam equipes para chutar a cabeça dos soldados inimigos. Com o tempo, as cabeças dos inimigos foram sendo substituídas por bolas de couro revestidas com cabelo. Formavam-se duas equipes com oito jogadores e o objetivo era passar a bola de pé em pé sem deixar cair no chão, levando-a para dentro de duas estacas fincadas no campo. Estas estacas eram ligadas por um fio de cera.

Origens do futebol no Japão antigo

No Japão Antigo, foi criado um esporte muito parecido com o futebol atual, porém se chamava Kemari. Praticado por integrantes da corte do imperador japonês, o kemari acontecia num campo de aproximadamente 200 metros quadrados. A bola era feita de fibras de bambu e entre as regras, o contato físico era proibido entre os 16 jogadores (8 para cada equipe). Historiadores do futebol encontraram relatos que confirmam o acontecimento de jogos entre equipes chinesas e japonesas na antiguidade.

Origens do futebol na Grécia e Roma

Os gregos criaram um jogo por volta do século I a.C que se chamava Episkiros. Neste jogo, soldados gregos dividiam-se em duas equipes de nove jogadores cada e jogavam num terreno de formato retangular. Na cidade grega de Esparta, os jogadores, também militares, usavam uma bola feita de bexiga de boi cheia de areia ou terra. O campo onde se realizavam as partidas, em Esparta, eram bem grandes, pois as equipes eram formadas por quinze jogadores.Quando os romanos dominaram a Grécia, entraram em contato com a cultura grega e acabaram assimilando o Episkiros, porém o jogo tomou uma conotação muito mais violenta. Há relatos de um esporte muito parecido com o futebol, embora usava-se muito a violência. O Soule ou Harpastum era praticado na Idade Média por militares que dividiam-se em duas equipes : atacantes e defensores. Era permitido usar socos, pontapés, rasteiras e outros golpes violentos. Há relatos que mostram a morte de alguns jogadores durante a partida. Cada equipe era formada por 27 jogadores, onde grupos tinham funções diferentes no time: corredores, dianteiros, sacadores e guarda-redes.
Na Itália Medieval apareceu um jogo denominado gioco del calcio. Era praticado em praças e os 27 jogadores de cada equipe deveriam levar a bola até os dois postes que ficavam nos dois cantos extremos da praça. A violência era muito comum, pois os participantes levavam para campo seus problemas causados, principalmente por questões sociais típicas da época medieval.
O barulho, a desorganização e a violência eram tão grandes que o rei Eduardo II teve que decretar uma lei proibindo a prática do jogo, condenando a prisão os praticantes. Porém, o jogo não terminou, pois integrantes da nobreza criaram um nova versão dele com regras que não permitiam a violência. Nesta nova versão, cerca de doze juízes deveriam cumprir as regras do jogo.

O futebol chega a Inglaterra

Pesquisadores concluíram que o gioco de calcio saiu da Itália e chegou a Inglaterra por volta do século XVII. Na Inglaterra, o jogo ganhou regras diferentes e foi organizado e sistematizado. O campo deveria medir 120 por 180 metros e nas duas pontas seriam instalados dois arcos retangulares chamados de gol. A bola era de couro e enchida com ar. Com regras claras e objetivas, o futebol começou a ser praticado por estudantes e filhos da nobreza inglesa. Aos poucos foi se popularizando. No ano de 1848, numa conferência em Cambridge, estabeleceu- se um único código de regras para o futebol. No ano de 1871 foi criada a figura do guarda-redes (goleiro) que seria o único que poderia colocar as mãos na bola e deveria ficar próximo ao gol para evitar a entrada da bola. Em 1875, foi estabelecida a regra do tempo de 90 minutos e em 1891 foi estabelecido o pênalti, para punir a falta dentro da área. Somente em 1907 foi estabelecida a regra do impedimento.
O profissionalismo no futebol foi iniciado somente em 1885 e no ano seguinte seria criada, na Inglaterra, a International Board, entidade cujo objetivo principal era estabelecer e mudar as regras do futebol quando necessário.
No ano de 1897, uma equipe de futebol inglesa chamada Corinthians fez uma excursão fora da Europa, contribuindo para difundir o futebol em diversas partes do mundo.
Em 1888, foi fundada a Football League com o objetivo de organizar torneios e campeonatos internacionais.
No ano de 1904, foi criada a FIFA (Federação Internacional de Futebol Association) que organiza até hoje o futebol em todo o mundo.

História do futebol no Brasil

Nascido no bairro paulistano do Brás, Charles Miller viajou para Inglaterra aos nove anos de idade para estudar. Lá tomou contato com o futebol e, ao retornar ao Brasil em 1894, trouxe na bagagem a primeira bola de futebol e um conjunto de regras. Podemos considerar Charles Miller como sendo o precursor do futebol no Brasil.
O primeiro jogo de futebol no Brasil foi realizados em 15 de abril de 1895 entre funcionários de empresas inglesas que atuavam em São Paulo. Os funcionários também eram de origem inglesa. Este jogo foi entre FUNCIONÁRIOS DA COMPANHIA DE GÁS X CIA. FERROVIARIA SÃO PAULO RAILWAY.
O primeiro time a se formar no Brasil foi o SÃO PAULO ATHLETIC, fundado em 13 de maio de 1888. No início, o futebol era praticado apenas por pessoas da elite, sendo vedada à participação de negros em times de futebol.
Em 1950, a Copa do Mundo foi realizada no Brasil, sendo que a seleção brasileira perdeu o título, em pleno Maracanã, para a seleção Uruguaia (Uruguai 2 x Brasil 1). Em 2014, a Copa do Mundo de Futebol será realizada novamente no Brasil.

Informações gerais sobre a Copa do Mundo de 2010

Em 2010, a Copa do Mundo de Futebol será realizada na África do Sul. É a primeira vez que este importante evento futebolístico ocorre no continente africano.
O jogo de abertura vai ocorrer no dia 11 de junho e a final em 11 de julho.
A primeira fase contará com a participação de 32 seleções, divididas em 8 grupos de 4 países. Somente duas seleções de cada grupo avança para a segunda fase.
Mascote - No dia 22 de setembro de 2008, a FIFA apresentou o mascote da Copa do Mundo de 2010. Trata-se de um leopardo chamado Zakumi. Em dialetos africanos, ZA é uma abreviação de África do Sul, enquanto KUMI é a forma escrita do número 10.

Os grupos para a Copa do Mundo de 2010


Preparativos

A África do Sul construiu cinco novos estádios de futebol em preparação para a Copa do Mundo FIFA de 2010. Será a primeira vez da história do país que a região terá estádios especialmente dedicados ao futebol. Sob o antigo governo do apartheid, os estádios eram construídos exclusivamente para o rúgbi e o críquete.
A África do Sul tem pouca tradição no futebol, em 2002 participou da Copa da Coréia e Japão no grupo B, sendo eliminada na 1.ª fase da copa num grupo em que participavam as seleções da Espanha, da Eslovênia e do Paraguai, participou também da Copa de 1998, na França.
Uma delegação da FIFA completou uma primeira visita à África do Sul depois que o país foi escolhido como sede da Copa do Mundo de 2010. Os dirigentes disseram em seguida que vários aspectos técnicos e legais foram debatidos antes de os membros da FIFA deixarem o país.
"A FIFA está procurando cumprir todo o processo do país-sede o mais rápido possível e vai montar um escritório na África do Sul no início do ano que vem", disse Danny Jordaan, que encabeça o comitê local. Um comitê de quatro homens, do qual Jordaan é um dos integrantes, foi composto para acertar a organização local.
Em meados de 2008, em virtude dos atrasos nos preparativos com a possibilidade da África do Sul não terminar a tempo as obras necessárias, especulou-se sobre a troca da sede da Copa. Foram cogitadas a Alemanha [1] que possuía toda a estrutura montada para a Copa do Mundo 2006,além da Espanha e Austrália.
Uma greve foi iniciada pelos operários sul-africanos no dia 8 de julho de 2009. Obras nos estádios, rodovias, ferrovias, aeroportos e hospitais foram interrompidas. Os operários pedem algo em torno de 15% de aumento salarial. Os atrasos, que já eram evidentes podem ficar mais complicados com a greve. Representantes da organização do torneio admitem que o cronograma das obras possa sofrer alterações.

Bola oficial - Chamada Jabulani, a bola oficial é produzida pela Adidas. A bola possui 11 cores diferentes, cada uma representando os dialetos e etnias diferentes da África do Sul. O nome da bola signifca "Trazendo alegria para todos", em IsiZulu.



PLANOS DE AULA

A história local dos afro-descendentes
Objetivos
-Estabelecer relações entre passado e presente, discutindo mudanças e permanências nas relações sociais.
-Estabelecer uma ponte entre o conteúdo estudado e sua vida cotidiana por meio de estudos da história local.
-Compreender e valorizar elementos das culturas africanas e de afrodescendência.
-Ampliar o conceito de cidadania, discutindo questões como respeito à diversidade, religiosidade e sincretismo, preconceito, direitos, inclusão.

Introdução

A importância de se estudar a história de africanos e de afro-descendentes está relacionada às profundas relações que guardamos com a África. No geral, somos frutos dos encontros e confrontos entre diferentes grupos étnicos como indígenas, europeus, africanos e outros.
Entendemos que história do Brasil e história da África estão intimamente relacionadas, cabendo ao professor ampliar a discussão sobre, por exemplo, a escravidão, introduzindo elementos da história dos africanos, de sua cultura e não tratá-los como simples mercadoria que enriquecia europeus e tiveram seu trabalho explorado à exaustão no Brasil antes e após a independência política.
Nessa perspectiva, não podemos tratar a questão africana apenas do ponto de vista da escravidão, como se fosse uma questão isolada e superada pela assinatura da Lei Áurea em 1888. Um ponto de partida para ampliar nossa visão e tentar superar as visões estereotipadas sobre o tema é procurar recuperar os elementos da resistência negra, suas formas de luta e de organização, sua cultura, não apenas no passado, mas também no tempo presente.

Desenvolvimento

1ª. etapa - Comece o trabalho explorando com os alunos os elementos da história africana e/ou da presença africana na História do Brasil que eles já tenham estudado. Procure levantar os conhecimentos dos alunos acerca das relações sociais estabelecidas, das visões que foram construídas sobre africanos e afro-descendentes no Brasil, sobre a cultura africana e/ou a mescla de culturas que se convencionou chamar "cultura brasileira" com forte influência de elementos africanos. É possível que surjam respostas que remetam a determinados assuntos como alimentação, música, dança, lutas e religiosidade. Se não surgirem, instigue-os a refletir sobre a presença ou ausência desses elementos no modo de vida deles.
Após essa conversa inicial, convide os alunos para explorar o site www.acordacultura.org.br, que mostra informações sobre a cultura negra africana em forma de jogos, livros animados, vídeos, músicas e textos. Dica: veja textos sobre a importância da cultura negra na coluna da esquerda da página inicial - "valores civilizatórios".
A exploração do site é apenas um ponto de partida para a discussão que poderá ser fundamentada em conhecimentos anteriores dos alunos, de acordo com os conteúdos previstos no currículo de História, como:
- História da África, incluindo elementos da cultura e religiosidade etc. (o período variando de acordo com o ano/série dos alunos).
- Escravidão no Período Colonial e/ou no Período do Império. As lutas e as formas de resistência, e elementos da cultura trazida pelos africanos.
Proponha aos alunos um trabalho de investigação da presença da cultura negra na localidade e das relações sociais estabelecidas entre os diferentes grupos étnicos, por meio de entrevistas. O objetivo é fazer com que os alunos percebam as relações entre o passado (os conteúdos estudados em História) e o tempo presente, observando as mudanças e permanências nas relações estabelecidas entre os diferentes grupos étnicos e da situação dos afro-descendentes na sociedade brasileira. Essas pesquisas podem ser incluídas em um blog produzido pela classe. Será um espaço de debate virtual em que os alunos da escola e os moradores da comunidade local poderão trocar idéias sobre o assunto.

2ª etapa - Agora é o momento de planejar as entrevistas. Divida a turma em grupos de quatro ou cinco alunos e faça a mediação dos seguintes pontos:
- O levantamento de afro-descendentes que sejam moradores antigos da localidade para serem entrevistados.
- Combinar com os alunos se as entrevistas serão realizadas na escola ou na casa dos entrevistados.
- Elaborar as questões que serão feitas aos entrevistados. Exemplos de coleta de bons depoimentos podem ser encontrados no portal do Museu da Pessoa (www.museudapessoa.net).
O questionário deverá ter:
Nome
Idade
Há quanto tempo mora na localidade,
Profissão, atividades que exerceu
Religião
O lazer no passado e no presente
Os tipos de música e de dança preferidos do passado e do presente
Se sofre ou já sofreu discriminação por ser afro-descendente
Participa de organizações como clubes, associações de moradores, ONGs que lutem pela defesa dos direitos dos afro-descendentes
Outras questões sugeridas pelos alunos a partir dos estudos realizados

- A definição das formas de registro da entrevista
- Reforçar com os alunos a importância do respeito aos entrevistados.
- O estabelecimento de uma data para que os materiais coletados sejam levados para a classe.

3ª. etapa - Os grupos de alunos deverão realizar as seguintes atividades:
- Contatar os moradores escolhidos, explicando o objetivo da entrevista.
- Gravar as entrevistas com equipamentos de áudio (gravadores, mp3 player etc.)
- Pedir permissão para fotografar os entrevistados
- Perguntar se eles possuem fotos antigas ou outros objetos e se permitem que eles sejam fotografados para compor o trabalho final.
No retorno do trabalho, em sala de aula, você deverá mediar a socialização das experiências de cada grupo por meio da discussão:
- como se deu a interação com os entrevistados
- quais foram as informações obtidas
- as semelhanças e diferenças entre as respostas dos entrevistados

4ª. etapa - A partir das entrevistas e dos materiais coletados, é possível recuperar um pouco da história das relações sociais na localidade, da presença (ou não) de discriminação de afro-descendentes e de elementos da cultura de origem africana.

Produto final - O material coletado pode ser organizado:
- em um painel com fotos e informações escritas
- elaboração coletiva de um blog que poderá conter as gravações das entrevistas, depoimentos de alunos sobre o tema, mudanças e permanências nas relações sociais na localidade, espaço para postagem de sugestões sobre a formas de combate ao preconceito e à discriminação racial.

Avaliação - Os pontos que deverão ser avaliados são:
- envolvimento e participação dos alunos nas discussões em grupos
- pertinência das informações e dos materiais coletados
- organização e clareza das informações no painel e nos textos e áudios postados no blog.

Bibliografia
BARBOSA, R. M. Ambientes virtuais de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed.
BITTENCOURT, Circe Maria F. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo, Cortez.
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade. Lembranças de velhos. Companhia das Letras.
LUCENA, Célia Toledo. Artes de lembrar e de inventar: (re) lembranças de migrantes. São Paulo, Arte & Ciência.

Na internet
Pt.wikipedia.org/wiki/Podcast
informatica.hsw.uol.com.br/web-206.htm
www.acordacultura.org.br
aldeiagriot.blogspot.com
www.arteafricana.usp.br/index.html
www.palmares.gov.br
www.ritosdeangola.com.br/news.php
www.capoeiradobrasil.com.br

Materiais para aprofundar a discussão sobre racismo:
www.dialogoscontraoracismo.org.br



O ESCRAVISMO, PRETO NO BRANCO

Objetivo - Perceber os laços entre as capitanias do açúcar e a África, fornecedora
de mão-de-obra escrava

Introdução

A reportagem focaliza novas tendências na historiografia brasileira, segundo as quais o quilombo dos Palmares teria sido uma sociedade escravista. Os historiadores que sustentam essa tese analisaram revoltas escravas que ocorreram em outros lugares da América e da África. É um argumento em favor da perspectiva utilizada neste plano de aula: o exame da história do Brasil Colonial, considerando os laços entre a África e a América, respectivamente origem e destino dos escravos negros— e Portugal.



Liberdade refugiada: Quilombo do Tatu, na Bahia. Os demais redutos
de africanos foragidos provavelmente tinham uma estrutura semelhante

Atividades
1ª aula –- Conte que o quilombo dos Palmares formou-se na primeira década do século XVII e só desapareceu em 1694. Peça que os alunos façam pesquisas para identificar alguns atores histórico-sociais desse período, especialmente a partir da década de 1630. Eles provavelmente vão destacar:
-• os bandeirantes paulistas, que atacavam as missões jesuíticas meridionais e escravizavam milhares de indígenas;
- os administradores e colonos da América portuguesa, com importantes centros administrativos nas cidades de Salvador e Rio de Janeiro;
- os administradores e colonos do Brasil holandês, governado desde 1637 por Maurício de Nassau;
- os habitantes do quilombo dos Palmares, que se expandia enquanto os holandeses e os luso-brasileiros lutavam entre si.

Chame a atenção para as profundas mudanças na década de 1640. A ruptura da chamada União Ibérica nesse período tornou mais difícil os ataques dos bandeirantes às missões jesuíticas, pois os nativos passaram a ser armados pelos espanhóis. No ano seguinte, os holandeses se apoderaram de Luanda, em Angola, um dos principais pólos do tráfico negreiro. Desde então, a mão-de-obra para as regiões produtoras de açúcar do Brasil holandês estava assegurada. A resposta luso-brasileira veio em 1648, com a reconquista de Luanda por uma expedição organizada no Rio de Janeiro por Salvador Correia de Sá e Benevides. O comércio de escravos retornava ao controle português.

Ensine que, nas décadas seguintes, diversos veteranos da “guerra brasílica” contra os holandeses, como André Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira, lutaram na África, procurando apoderar-se de escravos e outras riquezas. No livro O Trato dos Viventes, o historiador Luiz Felipe de Alencastro identifica várias táticas das guerrilhas brasileiras utilizadas contra os reinos africanos: uso dos gibões paulistas acolchoados contra flechas, matula de mandioca e milho, marchas rápidas a pé descalço e destruição sistemática das roças nativas. É uma evidência do contato permanente entre a América e a África portuguesas pelo Atlântico Sul, continuamente cruzado pelos navios negreiros.

Na década de 1650, o Brasil holandês deixou de existir. Enquanto os “brasílicos” tentavam enriquecer na África, os bandeirantes, diante da crescente resistência dos nativos das áreas meridionais, dirigiram-se ao Nordeste, sendo contratados pelas autoridades para subjugar os índios da região. Foi o que aconteceu com Domingos Jorge Velho, que enfrentou os cariris do Ceará na década de 1670, muito antes de assumir a missão de destruir o quilombo dos Palmares. Depois, bandeirantes e luso-brasileiros na África escreviam à metrópole solicitando nomeações e favores pelos serviços prestados.

Proponha que os estudantes construam uma linha do tempo do século XVII, considerando os eventos mencionados nesta aula e na revista — do bandeirismo de pregação à morte de Zumbi.

2ª aula -– Não faltam personagens históricos mitificados. Isso talvez tenha acontecido com Zumbi dos Palmares — e com certeza ocorreu com o bandeirante que destruiu o maior dos quilombos.

Aproveitando a imagem de Domingos Jorge Velho estampada na reportagem, sugira à moçada uma releitura da obra do pintor santista Benedito Calisto. A pintura, produzida no início do século XX, enaltece a figura do herói e do desbravador paulista. Estimule os jovens a imaginar como de fato seriam os bandeirantes.

Explique que a visão romantizada do desbravador bandeirante teria surgido no final do século XIX e início do século XX, época em que São Paulo se firmava como um dos estados mais poderosos do país. Para as elites locais, era necessário desenvolver um mito que representasse sua hegemonia política e econômica. Sabe-se hoje que Domingos Jorge Velho era mameluco e que não usava as vestimentas nem portava as armas retratadas na pintura. Ele manejava o arco e a flecha dos nativos tão bem quanto o arcabuz. É provável também que mal soubesse o português: os paulistas da época falavam o tupi, a língua geral utilizada nessa parte do Brasil.

Outra figura emblemática romantizada é a da rainha Jinga, do reino angolano de Matança. Ela resistiu bravamente aos portugueses com os temíveis guerreiros jogas, que lhe eram fiéis, mas que acabaram se aliando aos “brasílicos”. Durante muito tempo, a rainha Jinga foi ligada ao tráfico e à utilização de escravos em seu reino. Nessa época, foi retratada como uma das figuras mais perversas já vistas na África. Segundo o primeiro historiador angolano, Antonio de Oliveira Cadornega, além de infanticida e antropófaga, Jinga mantinha um harém de homens para seu deleite. Ao final da vida, converteu-se ao cristianismo e passou a ser tratada como fazedora de milagres. Hoje, a rainha angolana é lembrada pelo movimento negro, no mundo inteiro, como um símbolo da resistência africana ao domínio do branco europeu.

Lance alguns temas para debate: será que uma trajetória semelhante aconteceu no caso de Zumbi dos Palmares? É oportuno para o movimento negro conservar uma visão historicamente equivocada de um de seus ícones? Ou convém perceber o líder de Palmares como o inspirador de uma comunidade necessariamente submetida à influência de sociedades mais amplas, da América e da África, nas quais a escravidão predominava?

(Consultoria Ricardo Barros-Professor de História do Colégio Paulista, de São Paulo)



DESTERRADOS NA PRÓPRIA TERRA

Conteúdo-Brasil Colônia

Objetivo-Recuperar as condições históricas que geraram os quilombos; Tentar compreender a dinâmica dessas comunidades

Introdução

Desde o início da escravidão no Brasil existiram fugas de negros. Eles escapavam para locais afastados e se reuniam em quilombos, que chegaram a abrigar até 30000 pessoas, como no caso de Palmares. Organizadas econômica e politicamente, elas plantavam o que precisavam para comer, respeitavam uma hierarquia e, principalmente, manifestavam livremente suas práticas culturais de origem. Mais de um século depois da Abolição, as comunidades negras remanescentes de antigos quilombos permanecem isoladas no interior do país, vivendo em condições precárias, à margem da História e do Estado. A Lei Áurea eliminou o terror das chibatadas, mas em que situação deixou esses negros que até desconhecem que existiu escravidão? Para se tornarem cidadãos será que basta ter um pedaço de terra? Talvez sua identidade estivesse mais preservada nos moldes dos quilombos dos séculos passados, símbolos da resistência negra à dominação branca, do que agora, quando nem sequer possuem uma memória.

Atividades
1. Depois de lido o texto de VEJA, distribua algumas imagens da escravidão no Brasil para os alunos analisarem. Você pode utilizar as gravuras dos desenhistas Jean-Baptiste Debret e Johann Rugendas, além de fotografias de Marc Ferrez. A interpretação dessas imagens pode gerar a seguinte questão: quais as opções de revolta e protesto que os escravos tinham diante das condições de vida que levavam?

2. Em seguida, faça um exercício de recuperação da dinâmica dos quilombos. Organize a turma em quatro grupos para pesquisarem como a historiografia vem abordando essa temática nos seguintes aspectos: o cotidiano (formas de relacionamento com as populações vizinhas; relações de trabalho), a cultura material (técnicas e instrumentos de cultivo; padrão de habitação; instrumentos de guerra), a religiosidade (o calundú e os diferentes ritos derivados de tradições africanas como o candomblé; o catimbó, rito originário de mistura com a cultura indígena; artes curativas) e as manifestações culturais (danças e cantigas).

3. Confronte o conhecimento adquirido pelos alunos, com base na produção historiográfica recente, com a reconstrução ficcional feita pelo cineasta Cacá Diegues no filme Quilombo.

4. Encerre a atividade com um debate sobre os destinos da população escrava no contexto pós-abolicionista, discutindo questões como o significado da liberdade para a população negra na sociedade republicana. Convém destacar que, se para os escravos a fuga e a organização dos quilombos era um ato dignificador, as comunidades referidas na matéria vivem uma situação de desterrados na própria terra.

De crime a espaço cultural
Os quilombos não nasceram no Brasil. Eles já existiam na África e eram chamados kilombos, palavra de origem banto, língua falada por povos que viviam entre o Zaire e Angola. Caracterizados como uma instituição política, social e militar, os kilombos eram formados por grupos que disputavam o poder de uma região ou que migravam em busca de novos territórios.

No Brasil escravocrata, os quilombos eram organizados por escravos fugidos, mas também abrigavam índios e brancos pobres - um grande sinal de rebeldia e resistência à opressão não só racial, mas também social. Formar um quilombo, portanto, tornou-se crime previsto por lei. No Maranhão, por exemplo, uma lei de 1847 considerava como quilombo a reunião de no mínimo dois escravos num "lugar oculto". No Rio Grande do Sul, na mesma época, bastavam três negros escondidos "no mato" para que o crime fosse caracterizado.

Hoje, segundo a Fundação Palmares, que identifica as comunidades remanescentes, quilombos são sítios historicamente ocupados por negros, incluindo as áreas habitadas ainda hoje por seus descendentes, com conteúdos etnográficos e culturais.

(Consultoria Nelson Schapochnik-Professor de história da Unesp-Franca, SP)



O PAÍS DOS SANTOS E ORIXÁS

Conteúdo-Brasil Colônia

Objetivo-Perceber as origens do sincretismo e as razões da atual resistência a ele.

Introdução
O texto "Abaixo os Santos" aborda o universo do candomblé, focalizando o sincretismo - fusão de elementos culturais diferentes ou até antagônicos. Essa fusão hoje é recusada por algumas personalidades do candomblé, em nome da pureza do culto. Mas será que o sincretismo não é irreversível? Não seria ele a expressão de uma religiosidade que não é católica nem africana, mas afro-brasileira? O plano de aula vai ajudar você a discutir essa questão com os alunos. Com ele é possível ainda analisar as relações entre as manifestações culturais e o modo de vida das comunidades nas quais elas se desenvolveram.

Atividades
1. Peça que os alunos leiam a reportagem e discutam por que "os expoentes do candomblé baiano não querem mais saber do sincretismo com os católicos".
2. A seguir, proponha que eles façam pesquisas sobre as condições de vida dos escravos no Brasil e sobre as rebeliões negras, como a Revolta dos Malês, no século XIX. Explique que os donos de terras procuravam impedir que escravos de uma mesma etnia trabalhassem lado a lado: quanto maior a diversidade étnica e lingüística entre os negros, mais difícil seria a unidade da massa escrava e menor o risco para os senhores. A elite perseguiu, em especial, os negros adeptos do islamismo (na Bahia chamados de Malês), que sabiam ler e escrever e encontravam na religião um meio de resistência.

3. Leia o trecho abaixo, que complementa as pesquisas anteriores e ajuda a desfazer a crença de que nosso sincretismo foi fruto apenas de relações pacíficas e cordiais:
"Uma colônia escravista estava pois fadada ao sincretismo religioso. Outorgado, talvez, num primeiro momento, pela camada dominante, o sincretismo afro-católico dos escravos foi uma realidade que se fundiu com a preservação dos próprios ritos e mitos das primitivas religiões africanas. Cultuava-se São Benedito, mas cultuava-se também Ogum, e batiam-se atabaques nos Calundus [termo angolano para os rituais religiosos] da colônia. Nas estruturas sociais que lhes foram impostas, os negros, através da religião procuraram ´nichos´ em que pudessem desenvolver integradamente suas manifestações religiosas. (...) A religião africana vivida pelos escravos negros no Brasil tornou-se assim diferente da de seus antepassados, mesmo porque não vinham todos os escravos de um mesmo local, não pertencendo a uma única cultura." (Laura de Melo e Souza, O Diabo e a Terra de Santa Cruz)

Após a leitura, analise com seus alunos os seguintes aspectos:
O que o título do livro sugere sobre o imaginário religioso dos colonizadores europeus católicos no Brasil?
Como e por que ocorreram as primeiras formas de sincretismo religioso no Brasil?
Por que aqui a religião dos negros se tornou diferente da original africana?

4. Encomende pesquisas sobre remanescências pagãs no catolicismo.

5. No Brasil predomina o candomblé jêje-nagô, resultante da fusão entre essas duas tradições. Existem no país outros rituais de origem africana? Quais são?

6. Sugira que a turma levante informações sobre os orixás abaixo.

7. Na Mensagem ao Povo Brasileiro, documento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre os 500 anos de catolicismo no Brasil, elaborado neste mês, a Igreja Católica pede perdão aos negros por ter imposto uma religião aos seus ancestrais escravizados. Discuta com os alunos essa autocrítica dos bispos brasileiros.

Mestiços do Brasil
O antropólogo Darcy Ribeiro, o romancista Jorge Amado e outros autores mencionam com orgulho, em seus livros, a cultura mestiça de nosso povo. Entre os representantes dessa mestiçagem cultural, é possível destacar os baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil e também o francês Pierre Verger. Fotógrafo, Verger veio para o Brasil após a Segunda Guerra Mundial, e se apaixonou pela paisagem e pela gente da Bahia. Depois se tornou adepto do candomblé: por suas fotos, Jorge Amado chamou-o de "os olhos de Xangô". Verger pesquisou o tráfico de escravos entre o Brasil e a África, e naquele continente foi iniciado no culto de Ifá, o orixá do oráculo. Recebeu então o título hierárquico de babalaô - que não existe mais no candomblé brasileiro - e passou a usar o nome de Pierre Fatumbi (que nasceu de novo, em Ifá) Verger.

1. Encarregue seus alunos de pesquisar, em livros e na internet, a obra de Pierre Fatumbi Verger (especialmente o livro Orixás) e a de Darcy Ribeiro (em especial O Povo Brasileiro).

2. Peça que a classe crie um painel com fotos de Verger, imagens de orixás - inclusive as elaboradas por outro nome que contribuiu para nossa mestiçagem cultural, o artista plástico argentino Carybé (autor das ilustrações desta página) - e músicas de Caetano e de Gil que abordem os orixás do candomblé e a cultura afro-brasileira.

(Consultoria José Geraldo Vinci de Moraes-Professor de História da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Paulo)



FONTES:
http://cursoejaanapolis.files.wordpress.com/2010/01/projeto-copa-do-mundo-2010-eja.pdf
http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/matematica-parte-reportagem-capa-copa-mundo-427101.shtml
http://www.acordacultura.org.br/



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