Etapa 1:
PROFESSOR: Antes de iniciar a leitura do texto, pergunte a seus alunos:
Os pais deixam vocês saírem sozinhos ou eles têm medo da violência?
Quais as medidas de precaução que podemos tomar para nos proteger da violência?
Estamos protegidos da violência dentro de nossas casas?
Quais são os recursos que podemos utilizar para nos proteger dentro de nossas casas?
Essas medidas são eficazes?
É interessante que os alunos percebam como, cada vez mais, cresce o medo que as pessoas têm da violência. Por isso, elas investem em alarmes, em seguros, em câmeras de segurança, em porteiros, etc. Mas nem sempre esses recursos são eficazes e impedem a ação dos bandidos.
Etapa 2:
Antes de iniciar a leitura e a escuta da música abaixo, pergunte aos alunos se eles conhecem ou já ouviram falar da banda “Engenheiros do Hawaii”. Em seguida, explique que eles ouvirão uma música chamada “Muros e grades”. Pelo título, pergunte qual o assunto que eles imaginam que será tratado na canção.
Levar a letra da música abaixo, fotocopiada para os alunos. Além disso, é muito importante levar também a música gravada em um CD para os alunos ouvirem a melodia. É recomendável que os alunos ouçam pelo menos duas vezes a música.
Abaixo há um link para conseguir a música na internet:
http://letras.terra.com.br/engenheiros-do-hawaii/45733/
Música 1: Muros e Grades - Engenheiros do Hawaii - Composição: Humberto Gessinger - Augusto Licks
Nas grandes cidades, no pequeno dia-a-dia
O medo nos leva tudo, sobretudo a fantasia
Então erguemos muros que nos dão a garantia
De que morreremos cheios de uma vida tão vazia
Nas grandes cidades de um país tão violento
Os muros e as grades nos protegem de quase tudo
Mas o quase tudo quase sempre é quase nada
E nada nos protege de uma vida sem sentido
Um dia super, uma noite super, uma vida superficial
Entre as sombras, entre as sobras da nossa escassez
Um dia super, uma noite super, uma vida superficial
Entre cobras, entre escombros da nossa solidez
Nas grandes cidades de um país tão irreal
Os muros e as grades nos protegem de nosso próprio mal
Levamos uma vida que não nos leva a nada
Levamos muito tempo pra descobrir
Que não é por aí... não é por nada não
Não, não pode ser... é claro que não é, será?
Meninos de rua, delírios de ruínas
Violência nua e crua, verdade clandestina
Delírios de ruína, delitos e delícias
A violência travestida faz seu trottoir
Em armas de brinquedo, medo de brincar
Em anúncios luminosos, lâminas de barbear
(solidez)
Viver assim é um absurdo como outro qualquer
Como tentar o suicídio ou amar uma mulher
Viver assim é um absurdo como outro qualquer
Como lutar pelo poder
Lutar como puder
Etapa 3:
Após a escuta da música, realize atividades de interpretação. Seguem abaixo algumas sugestões de atividades.
1) O autor se refere a uma garantia oferecida pelo erguimento de muros. Trata-se, na realidade, de uma ironia. Quais seriam os prejuízos de uma vida confinada entre muros?
2) Os autores fazem uma crítica à sociedade moderna. Nessa crítica, a quem é dada a responsabilidade dos males:
a) aos políticos
b) aos bandidos
c) aos meninos de rua
d) a toda a sociedade
3) Segundo os autores, a violência encontra-se “travestida”, isto é, disfarçada em “armas de brinquedos”, “anúncios luminosos”.
a) A que se refere a expressão “anúncios luminosos”?
b) Que tipo de violência poderia estar embutida nesses anúncios?
PROFESSOR: Seria interessante chamar a atenção dos alunos para o “jogo de palavras” opostas (gran de/pequeno; cheio/vazio; tudo/nada) que o autor faz em vários versos. Além disso, chame a atenção para a crítica contida nessa música: em uma das inúmeras leituras possíveis, poderíamos afirmar que o autor critica essa tendência de as pessoas construírem muros cada vez mais altos, pensando, erroneamente, que estes as deixarão protegidas da violência. Porém, não param para pensar no lado ruim desse comportamento: as pessoas estão cada vez mais isoladas, sem laços de amor, amizade, entre outros, como podemos perceber nos versos:
"Os muros e as grades nos protegem de quase tudo
Mas o quase tudo quase sempre é quase nada
E nada nos protege de uma vida sem sentido"
Etapa 4:
Antes de iniciar a leitura e a escuta da música abaixo, pergunte aos alunos se eles conhecem ou já ouviram falar da banda “Titãs”. Em seguida, explique que eles ouvirão a música “Violência”. Consverse um pouco sobre o tema, levando-os a fazer uma associação com a música anterior. Levar a letra da música abaixo para os alunos. É recomendável que os alunos ouçam pelo menos duas vezes a música.
Abaixo há um link para conseguir a música na internet:
http://letras.terra.com.br/titas/86522/
Música 2: Violência - Titãs - Composição: Sérgio Britto / Charles Gavin
O movimento começou, o lixo fede nas calçadas.
Todo mundo circulando, as avenidas congestionadas.
O dia terminou, a violência continua.
Todo mundo provocando todo mundo nas ruas.
A violência está em todo lugar.
Não é por causa do álcool,
Nem é por causa das drogas.
A violência é nossa vizinha,
Não é só por culpa sua,
Nem é só por culpa minha.
Violência gera violência.
Violência doméstica, violência cotidiana,
São gemidos de dor, todo mundo se engana...
Você não tem o que fazer, saia pra rua,
Pra quebrar minha cabeça ou pra que quebrem a sua.
Violência gera violência.
Com os amigos que tenho não preciso inimigos.
Aí fora ninguém fala comigo.
Será que tudo está podre, será que todos estão vazios?
Não existe razão, nem existem motivos.
Não adianta suplicar porque ninguém responde,
Não adianta implorar, todo mundo se esconde.
É difícil acreditar que somos nós os culpados,
É mais fácil culpar deus ou então o diabo.
*``O crime é venerado e posto em uso por toda terra,
De um pólo a outro se imolam vidas humanas.
No reino de Zópito os pais degolam os próprios filhos,
Seja qual for o sexo, desde que sua cara não lhes agrade.
Os coreanos incham o corpo da vítima a custa de vinagre
E depois de estar assim inchado, matam-no a pauladas.
Os irmãos Morávios mandavam matar com cócegas''
* Fragmentos de "Dissertação do Papa sobre o crime seguido de orgia'' (Marquês de Sade)
Seleção: Branco Mello
Etapa 5:
Após ouvir a música, realize atividades de interpretação. Seguem abaixo algumas sugestões de atividades.
1) A música faz referência aos males de uma típica cidade grande moderna. Cite alguns desses males enunciados pelos músicos.
2) Releia os seguintes versos:
"É difícil acreditar que somos nós os culpados,
É mais fácil culpar deus ou então o diabo."
Podemos afirmar que esses versos representam:
a) uma hostilidade para com as religiões
b) uma crítica ao fato de a sociedade não encarar os problemas e eleger falsos culpados
c) uma maneira alegórica de encarar os problemas sociais
d) uma forma eficiente de resolver os problemas sociais, uma vez que canaliza as preocupações da sociedade
3) Explique, com suas palavras, o verso: "Violência gera violência."
4) Reescreva os versos abaixo, substituindo os termos grifados, sem alterar o sentido dos versos:
"Não é por causa do álcool,
Nem é por causa das drogas."
5) Quanto aos culpados pela violência na cidade, podemos afirmar que os autores da primeira música concordam com os da segunda música? Justifique sua resposta.
Avaliação
Produção de texto
A primeira música, Muros e Grades, chama a atenção para o fato de que o erguimento de muros contra a violência gera efeitos, talvez, imprevistos, como o isolamento, o resfriamento das relações humanas. A segunda música, Violência, chama a atenção para os escapismos ou os subterfúgios que a sociedade emprega para conviver com a violência, relegando a culpa a Deus ou ao Diabo. Em que pese as diferenças, ambas as músicas chamam a atenção para o seguinte fato: a sociedade é a culpada pela própria violência (ou seja, não apenas uma parcela dela, como os políticos corruptos, os delinquentes, ladrões, e outros, como muitos creem). Baseado nisto, peça aos alunos que desenvolvam um texto posicionando-se contra ou a favor desta assertiva:
"A sociedade inteira é culpada direta ou indiretamente pela violência"
Se preferir, sugira que os alunos se expressem em forma de música (qualquer gênero musical: rap, hip hop, pagode, etc). Em seguida, solicite que apresentem as produções para a turma.
PROFESSOR: O mais importante, talvez, seja levar os alunos a se posicionarem a favor ou contra esta questão, e não simplesmente concordar ou discordar dos autores. Portanto, a avaliação quanto ao entendimento das músicas ocorre durante o desenvolvimento das questões, porém, a avaliação principal ocorre nesta última etapa, em que eles defendem o próprio ponto de vista com argumentos pertinentes.
FONTE:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7613
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